Fonte CNBB
Os agentes da Pastoral da Comunicação (Pascom) discutiram nesta quinta-feira, 22, a relação da Igreja com as novas mídias de comunicação, com a televisão e com o rádio. O debate aconteceu durante o segundo encontro nacional da Pastoral, que acontece deste ontem, 21, no Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (SP). Mais de 300 lideranças participam da reunião.
“Para viver de forma digna nesse novo mundo da economia digital, é preciso impor valores ético-humanistas à técnica. Dominá-la [a técnica] é fundamental”, disse o presidente para a América Latina da Associação Mundial de Comunicação, Luciano Sathler.
Satlher, um dos conferencistas do encontro, falou sobre inclusão e exclusão a partir das novas tecnologias e das novas mídias. Ele vê a democratização das novas tecnologias como um desafio e defendeu que a Igreja deixe de ser apenas usuárias delas.
“A Igreja precisa deixar de ser apenas usuária, vítima, da tecnologia, mas tornar-se dominadora e produtora de tecnologia. As Comunidades Eclesiais de Base precisam ser focadas em tecnologia”, sublinhou.
Para Sathler, a web 2.0 deve fazer parte do cotidiano da Igreja. “Ainda não percebemos o valor que a Web 2.0 tem para mudar a cabeça da pessoa”, insistiu.
O conferencista questionou a falta de integração da comunicação na Igreja. “Não entendo como os meios [de comunicação] católicos não trabalham integrados”, disse.
Televisão e Rádio
O jornalista Elson Faxina, por sua vez, recordou o papel da TV na sociedade e a classificou como “reflexo antecipado da sociedade amanhã”.
“A TV é como espelho que uso para me corrigir. Que sociedade ela mostra? Não é a sociedade do real, mas a do desejo, a do devir. A televisão propõe nova organização social”, acentuou.
Segundo Faxina, a TV pauta a vida social e, no Brasil, a lógica que prevalece é a do mercado. “A TV no Brasil tem a lógica do mercado que, com a TV Pública, corre o perigo de virar a lógica do poder e não da solidariedade e da democracia”.
Já o padre César Moreira, que por mais de 30 anos atuou na Rádio Aparecida, destacou a importância do rádio no cotidiano das pessoas e também na evangelização. “Rádio faz amigos, informa, presta serviço, faz propaganda, faz humor, polemiza, forma opinião”, disse.
Ele defendeu a capacitação técnica dos que fazem comunicação nos meios da Igreja e também a publicidade nos veículos da Igreja. “Todos os anos fazemos encontro com os anunciantes da Rádio Aparecida e os ensinamos para que vendam mais”, disse.
O encontro da Pascom prossegue até sábado. Um dos destaques da programação de amanhã, 23, será a entrega dos prêmios de comunicação, às 20h, no auditório da TV Aparecida, que transmitirá ao vivo toda a cerimônia
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